domingo, 17 de janeiro de 2010

A busca da felicidade e o Haiti me deixaram assim

Hoje estou me sentindo emocionada. Não no sentido mais comum, como quem se sente tocada por algo inspirador, mas no sentido de estar com as emoções à flor da pele. Eu assisti o filme Em busca da felicidade (filme com Will Smith, me corrijam se o título em português não for esse) que, junto com o sofrimento dos haitianos, tem me deixado com muitas perguntas na cabeça.

Por que a vida tem que ser tão difícil para algumas pessoas? Por que tanto sofrimento para os haitianos? Acho que a pergunta que me incomodava mesmo era por que não eu? Eu não quero sofrer, não me entenda mal. Mas a verdade é que eu não mereço o que tenho, eu não mereço a vida abençoada que vivo. Ninguém merece coisas boas. No fundo, todos somos egoístas e vivemos, na maior parte do tempo, pra satisfazer a nós mesmos.

Tudo isso me fez lembrar de quando contaram pra Jesus que Pilatos tinha misturado o sangue de alguns galileus com o sacrifício. Jesus perguntou se eles achavam que esses galileus eram piores pecadores do que todos os outros galileus por causa do que sofreram. Ele também mencionou uma certa torre de Jerusalém que caiu, matando dezoito e fez a mesma pergunta: eles eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? E a lição que Ele ensinou foi que a menos que nos arrependamos todos nós vamos perecer. Em outras palavras, a tragédia da morte é pra todo mundo. A pergunta não é porque eles estão sofrendo, mas porque eu NÃO estou sofrendo.

Graças a Deus então pela graça. É por causa dela que eu recebo aquilo que não mereço. Eu não quero justiça - se Deus agisse justamente comigo eu estaria morta, mesmo que estivesse viva. O salário do pecado é a morte. A única justiça que quero é a de Jesus, sendo imputada a mim. Esse é o privilégio da graça para aqueles que entendem que estão caminhando pra morte e se arrependem e se voltam pra Deus.

Nenhum de nós está imune ao sofrimento. Esse é o preço que pagamos por viver num mundo marcado pela maldade e pelo pecado. Esse é o preço que pagamos por termos pedido independência de Deus. O pecado está tão entranhado em tudo que até mesmo os que se arrependeram de seus pecados pessoais e foram salvos da morte eterna ainda são afetados pelo sofrimento causado pela pecaminosidade presente no mundo. (Não estou aqui falando do sofrimento causado por nossas próprias escolhas ruins, mas aquele sofrimento que não fizemos "nada" pra merecer).

Ainda bem que um dia eu não vou mais me sentir com os nervos à flor da pele como hoje... graças a Deus.

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